A principal e mais famosa classificação dos vinhos de Bordeaux foi encomendada pelo imperador Napoleão III para ser apresentada na Exposição Internacional de Paris de 1855. Apesar de ser a mais conhecida de todas as classificações ela é bastante falha, pois:
• foi elaborada levando-se em conta apenas o preço de venda dos vinhos, naquela época;
• a classificação foi outorgada aos Chateaux e não aos vinhos em particular;
• apesar de todos os avanços da indústria vitivinícola nos ultimos 170 anos, a classificação é estática e continua sendo a mesma daqueles tempos. é uma classificação do tipo "quem está fora não entra, quem está dentro não sai"
• na verdade, nesses anos todos, houve apenas 1 alteração na classificação e, ela foi determinada por motivação política;
• com o tempo, seus vinhos passaram a atingir preços astronômicos, impedindo que simples mortais tenham acesso aos vinhos, principalmente àqueles instalados em suas mais elevadas categorias;

Para contornar as falhas da Classificação de 1855, que classificou apenas 61 Chateaux do Mèdoc (ou cerca de 10% de toda a produção) foi criada, em 1932, a muito mais significantiva classificação Cru Bourgeois, destinada a classificar os vinhos tintos do Mèdoc, com revisões constantes, das denominações:
• Mèdoc,
• Haut-Mèdoc,
• Listrac-Mèdoc,
• Moulis en Mèdoc,
• Margaux,
• Saint-Julien,
• Pauillac e
• Saint-Estèphe;

As classificações são concedidas em 3 níveis (em ordem ascendente de qualidade) :
• Cru Bourgeois
• Cru Bourgeois Supérieur
• Cru Bourgeois Exceptionnel

Em 2020, a própria classificação Cru Bourgeois, sofreu uma mega-alteração de seus conceitos, cuja principal modificação foi alterar a validade da classificação para 5 anos seguintes o que passou a permitir que o produtores exibam no rótulo a classificação atingida.

Os critérios para a classificação são:
• a qualidade do vinho (garantida por um comitê de 6 degustadores); além da degustação inicial, são realizadas provas randômicas pelo período de 5 anos;
• refletindo a importância dada ao cuidado com o meio-ambiente, todos os chateaux devem estar buscando a certificação HVE (High Environmental Value)
• para categorias Supérieur e Exceptionnel: avaliação da gerência técnica, marketing e promoções

Nesta recente edição de 2020, 249 Chateaux foram classificados (representando 31% da produção do Mèdoc)
Todas as garrafas classificadas devem ter uma etiqueta QR Code que oferece segurança ao consumidor de estar comprando um produto autêntico.
Os novos vinhos Cru Bourgeois:

2.1 Chateau Lilian Ladouys Saint-Estèphe: CRU BOURGEOIS EXCEPTIONNEL

deste vinho importamos uma vertical dos anos 2013, 2016, 2017 e 2019, para permitir que os apreciadores possam acompanhar a evolução deste espetacular vinho.

2.2. Chateau Cambon La Pelouse Haut-Mèdoc 2017: CRU BOURGEOIS EXCEPTIONNEL

2.3. Chateau d'Arsac Margaux 2018- CRU BOURGEOIS EXCEPTIONNEL

2.4. Chateau du Retout Haut-Mèdoc 2017- CRU BOURGEOIS SUPÈRIEUR

Nesta importação trouxemos também uma vertical de Sauternes (2011. 2012, 2013, 2016), a denominação de vinhos de sobremesa mais importante e prestigiada do mundo.
O vinho é o delicioso Carmes de Rieussec, o segundo vinho do Chateau de Rieussec (Premier Cru de Sauternes de 1855), histórica vinícola que pertencia aos monges carmelitas até ser adquirida, em 1984 pelo prestigiado Domaine Barons de Lafite-Rothschild (Premier Grand Cru Classé de 1855)

Até os anos 1950, a produção de vinhos brancos secos em Bordeaux, representava cerca de 50% do total da região.
Mas a partir daí, devido à cada vez maior demanda mundial pelos vinhos tintos da região, os produtores passaram a concentrar sua produção nos tintos e, atualmente, os vinhos brancos representam somente 10% do total. Isso é realmente uma pena, pois os vinhos brancos de Bordeaux, com seus aromas sedutores e seus toques amendoados no paladar, são inesquecíveis.

4.1. Clos des Lunes Lune d'Argent 2021

Embora os vinhedos estejam situados na sub-região de Sauternes, este vinho apresente uma proposta diferente. O proprietário Olivier Bernard (também responsável pelo icônico Domaine de Chevalier) optou por elaborar um vinho seco.
Utilizando o mesmo corte clássico de Sauternes (70% Sémillon e 30% Sauvignon Blanc), o vinho é fruto de viticultura orgânica. com apenas 6 meses em carvalho de terceiro uso, para bem valorizar a fruta.
PUREZA e PRECISÃO é o nome do jogo aqui.

4.2. Clos du Roy Graves Blanc Sec 2019:

Vinho bastante aromático e frutado, com notas condimentadas e grelhadas. A boca é fresca e frutada, com acidez viva. Transformado em um padrão mais sério pelas notas de carvalho que fazem realçar os toques de cardamomo, de coriandro e de sândalo. Bastante rico no paladar com um final longo e delicioso.

4.3. Chateau Jeanguillon Les Vignes de la Garene Entre-Deus Mers 2021

O Chateau Vrai Caillou, comandado por Christel et Philippe de Meillac, casal apaixonado pela terra e a pelos vinicultura, e que aposta em vinhos biológicos de excelência, como este Chateau Jeanguillon, sem sulfitos e sem pesticidas.
Uma bela garimpagem esta joia de Entre-deux-mers, caprichosamente elaborada com um corte de Sémillon, Sauvignon Blanc and Muscadelle. Esta verdadeira barganha é um lembrete de que clássicos nunca saem de moda e que encontrá-los por um preço assim tão camarada é sempre um grande prazer.

Não se encaixando em nenhum dos 5 tópicos acima, ainda temos a apresentar o Chateau Francs Magnus, um Bordeaux Supérieur da excepcional safra de 2016. Um vinho do multi-facetado "vigneron" Arnaud Roux-Oulié, também proprietário do Chateau Carlmagnus.
Este elegante, gastronômico e expressivo vinho é um corte da generosa Merlot (em 90%) com um pouquinho da Cabernet Sauvignon, em que apenas 30% do vinho amadurece em barricas de primeiro uso, para que a madeira não esconda a pura e deliciosa fruta de agricultura orgânica.
E, apesar de todos os seus predicados, o preço acessível surpreende para um Bordeaux de alto nível como este